Um grande rabino israelense reconheceu oficialmente nesta quarta-feira como judia a pequena comunidade "chueta" de Maiorca, na Espanha, séculos depois de seus antepassados terem sido obrigados a converter-se ao catolicismo.
O reconhecimento foi anunciado pelo rabino Nissim Karelitz, dirigente de tribunal religioso na cidade israelense de Bnei Brak, depois de várias campanhas realizadas há muitos anos pelo grupo Shavei Israel, que se dedica a buscar comunidades judaicas "perdidas".
Os "chuetas", do catalão 'xueta', formam um grupo social em Maiorca que, ao longo da história, conservou a consciência coletiva de sua origem. São portadores de alguns dos sobrenomes, de linhagem conversa, afetados pelas condenações inquisitoriais no último quarto do século XVII. Historicamente têm sido estigmatizados e segregados, pelo que, e até a primeira metade do século XX, têm praticado uma estrita endogamia.
Em comunicado, o diretor do grupo, Michael Freud, considerou como histórico o reconhecimento.
"Esta decisão descarta quaisquer dúvidas que poderiam ter existido sobre suas origens", destacou.
"Os 'chuetas' já não precisam mais de viver em dois mundos, conseguimos abrir-lhes as portas para que retornem a seu lar. Espero e rezo para que voltem muitos deles", prosseguiu Freud.
Segundo o rabino, a comunidade manteve a linha de descendência judaica, dando destaque ao matrimônio intercomunitário.
A decisão não confirma o estatuto judeu de cada membro da comunidade em si, segundo o Shavei Israel, precisando que seriam necessários exames dos antecedentes familiares dos indivíduos para determinar essa possibilidade.
Entre 15.000 e 20.000 "chuetas" vivem atualmente em Maiorca, embora, segundo a organização, vários deles tenham contraído matrimônio fora da comunidade.
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