domingo, 9 de outubro de 2011

A Igreja não canoniza Colombo " porque era judeu".


Cristóvão Colombo


A Igreja não canoniza Colombo “porque era judeu”

Dizem que ocultou sua religião porque teve que financiar sua viagem a América com o apoio da rainha católica.


(EFE) – A Igreja católica retirou sua própria proposta de canonizar o almirante Cristóvão Colombo ao saber que “era judeu”, disse o autor espanhol Oscar Villar Serrano em seu livro “ Cristóbal Colóin: el secreto mejor guardado”(Cristóvão Colombo: o segredo mais bem guardado”- tradução dos editores do blog).

Villar Serrano, doutor em Ciências Náuticas e capitão do Comando Marítimo de Torrevieja, na província espanhola de Alicante, afirma que Colombo manteve sempre um certo anonimato sobre sua personalidade
“porque era judeu, fato que lhe permitiu receber o apoio dos judeus” em sua primeira viagem a América com a promessa de “oferecer a eles a terra prometida”.

Villar assegurou que “o mistério” que envolve Colombo se deve a que teve que ocultar sua religião porque para financiar sua viagem buscou o apoio de uma rainha católica, se bem que, “todos seus grandes apoios" foram judeus, desde o banqueiro da Coroa de Aragão, Luis Santángel, até a própria tripulação das caravelas, “majoritariamente judia”.

Neste sentido, o autor relembra em seu livro os movimentos migratórios ocorridos na Itália e Espanha, durante os séculos XIV e XV,devido a perseguição que os judeus sofreram, e “é neles que está o segredo da família Colombo”.

Villar assegura em sua obra, que na corresponsência que mantiveram Colombo e seu filho Fernando, “ há muitas provas de suas crenças religiosas judaicas”.
As cartas estavam fechadas com números hebraicos, os textos foram escritos num idioma “ininteligível” e faziam as despedidas lembrando uma benção judaica.

Mesmo assim, o autor afirma que Colombo recomendava a seu filho por carta, que diante de todos se comportasse como mandava a lei canônica, “porém entre nós – cita a Colombo, textualmente – temos que conservar nossos costumes” .

Villar relembra que o irmão de Cristóvão Colombo foi queimado em Valência, em 1493, por ser judeu e que, curiosamente, foi a própria Igreja, que com a morte do marinheiro, propôs canonizar o descobridor, pelo fato de haver cristianizado os indígenas da América, “porém desistiu ao dar-se conta que era judeu”.

Além disso, o autor do livro sustenta que o navegador “sabia onde ia” quando descobriu o novo continente, pois contava com informação sobre a rota a seguir.

Em seu livro que será publicado no próximo mês, na Espanha,( nota do editor do blog), Villar explica que Colombo “não foi um simples aventureiro”, e sim um letrado, cartógrafo e cientista que possuía mais de vinte mil livros sobre navegação que foram posteriormente cedidos por seu filho, aos dominicanos de Sevilha, onde se tomavam anotações do próprio descobridor.



Villar diz também, que Colombo conhecia a distância que ia cobrir e quanto tardaria porque “ tinha cartografia precisa”. Neste sentido, o autor sustenta que os mapas saíram da Escola de Sévres (França).

Quanto ao financiamento da primeira viagem, Villar explica que parte do dinheiro que deu Santángel para Colombo, vinha do arrendamento de domínio público, das salinas de Torrevieja, propriedade do banqueiro.

Villar relata em sua obra que Colombo se cercou de importantes judeus espanhóis, como Abraham e Iehuda Cresques, criadores do Atlas catalão, cientista italiano Paolo Del Pozzo Toscaneli, o explorador florentino Nicolo di Conti e o cartógrafo e irmão do conquistador, Bartolomeu Colombo.

Como fato de destaque, Villar mantém que os portugueses sempre estiveram atentos e interessados na primeira viagem que Colombo realizou a América, e por isso o descobridor anotava em seu diário de bordo “dados errados para não dar pista da rota correta”.

Segundo Villar, Colombo dizia que havia descoberto as Indias Orientais por uma rota norte, “mas era falso”, já que chegou ao novo continente pelo sul, evitando o Mar dos Sargazos.

“Cristóbal Colón: El secreto mejor guardado” não é um romance, e sim, “ uma obra na qual se mescla a Historia com conhecimentos científicos e na qual são apresentadas novas conclusões”, disse Oscar Villar serrano.

Fonte: www.salvamentomaritimo.es
Colaboração: Heliete Vaitsman
Leia artigo completo de Oscar Villar Serrano em:
www.savamentomaritimo.es/data/articlefiles/colon.pdf

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