segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Segurança e defesa


Em 4 de julho de 1976, o mundo ficou perplexo e surpreso ao acordar com a notícia de que uma equipe da elite do comando israelense salvara milagrosamente a vida dos passageiros judeus mantidos como reféns em Uganda. Os israelenses mostraram que apesar de todas as probabilidades em contrário, eles não negociariam com terroristas. Segue duas cartas escritas pelo Rebe, após a Operação Entebe (Mivtza Yonathan).

Julho de 1976 - 5736


Pela Graça de D'us
Rosh Chodesh Elul, 5736
Brooklyn, NY

Às mães e filhas judias em toda parte, D'us as abençoe

Saudações e bênção:

Em vista dos eventos recentes – o seqüestro e salvamento dos reféns retidos em Uganda; e a subseqüente tentativa dos terroristas de cometerem uma perversa reprise, que D’us não o permita, em Kushta (Istambul).

É preciso entender que estes eventos são uma indicação de que os judeus devem, o mais rápido possível, fortalecer todos os aspectos de sua segurança e defesas – antes de mais nada, em sua vida espiritual, que é o canal para receber as bênçãos de D'us também no aspecto físico, ou seja, conhecer as maneiras e meios certos que precisam ser adotados na ordem natural das coisas, e para concretizar esses esforços, segundo a promessa Divina, "D'us, teu D'us, te abençoará em tudo que fizeres" – para ser protegido e seguro contra inimigos, e ser poupado de acontecimentos indesejáveis, D'us não o permita.

Os eventos acima lembram cada um de nossos irmãos judeus em geral, e as mães e filhas em particular – pois cada mulher judia casada é chamada Akeret Habayit, "Alicerce do Lar", e aquelas ainda não casadas serão Akeret Habayit, para o que devem se preparar desde cedo – o seguinte:

A situação atual clama pela proteção de todo lar judaico. A verdadeira proteção é aquela que somente D'us proporciona, como está escrito: "D'us guarda a cidade". Para assegurar essa Divina proteção, o lar deve ser conduzido em todos os aspectos segundo a vontade de D'us.

O lar é também uma morada para a Shechiná (a Presença Divina), segundo Sua promessa: "Eu habitarei entre eles."

Além disso, D'us concedeu ao nosso povo um presente especial para proteger a casa, ou seja, a mitsvá da mezuzá. Nossos Sábios declaram explicitamente que “o lar é protegido por ela (a mezuzá)".

Esta proteção abrange os membros da família também quando eles estão fora de casa, pois está escrito: "D'us guardará sua saída e sua chegada agora e para sempre." É explicado ainda em nossas sagradas fontes que o Nome Divino (Shin-Dalet-Yud) escrito atrás do sagrado pergaminho da mezuzá diz as palavras "Shomer Daldot Yisrael" – Guardião das Portas Judaicas".
Lembremos também que embora todos os judeus constituam um só corpo, e estejam ligados entre si, toda mezuzá é uma proteção Divina, não somente para o lar individual, com tudo e todos dentro dele, mas cada mezuzá casher adicional afixada ao batente do lar judaico, acrescenta proteção a todo nosso povo em todo lugar.

E considerando – como foi mencionado acima – que toda esposa judia é uma Akeret Habayit, e toda moça uma futura Akeret Habayit, elas têm o mérito especial e a responsabilidade na questão da mezuzá, verificar que não apenas uma mezuzá casher seja afixada nos batentes de sua casa, mas que o mesmo seja feito pelos vizinhos e amigos judeus, e em todos os lares judaicos.
Espero e rezo para que vocês façam isso com inspiração e alegria, que, além de aumentar a Hatslocho [sucesso] nesse esforço, também inspirará muitas outras a assim fazerem, e o Zechut Horabim [o mérito que vocês trouxeram para muitos] lhe traga ainda mais bênçãos.

A hora atual é particularmente auspiciosa para esse esforço, como para todos os esforços em matéria de bondade e santidade, pois estamos no início do mês de Elul – o mês de balanço espiritual, para completar as deficiências do ano que termina e para nos preparar para o Novo Ano, que seja bom e abençoado para todos e cada um de nós, bem como para o nosso povo judeu como um todo.

Com estima e bênção de Ketivá Vechatimá Tová,
(assinatura do Rebe)

Milagre de Entebe

Cleveland, Ohio
Saudações e bênção:

Recebi sua carta com o anexo. Foi gratificante ler as boas notícias de que você conseguiu persuadir a Federação a fazer uma concessão inicial ao Beit Chabad em sua cidade, dessa forma quebrando o gelo, por assim dizer, no sentido de levá-la a começar a apoiar a Torá – a verdadeira Chinuch [educação].

Concordo com você, obviamente, que foi aconselhável aceitar seu comprometimento inicial, embora bastante inadequado, como você também indica em sua carta. No entanto, sob as circunstâncias, o importante é tê-la induzido a mover-se na direção correta, e espera-se que em pouco tempo, a Federação ganhará impulso e aumentará seu apoio para os programas vitais do Beit Chabad. Há também a importante consideração, como você enfatiza com muita propriedade, que este passo servirá como programa piloto e modelo para outras comunidades e organizações imitarem.

Não é preciso enfatizar a você o grande mérito seu ao dar este passo inicial. Estou certo de que você continuará a promovê-lo e desenvolvê-lo num esforço mais substancial. Não menos eficaz é o seu envolvimento e dedicação pessoais, que certamente servirão de inspiração para outros. De fato, é muito oportuno nesse ano de Chinuch, quando embarcamos numa série de atividades e programas novos e intensificados nessa área vital. Aqui, também confio que o mencionado acima será o precursor de coisas ainda mais notáveis. Reservei o cheque – espero que com a sua aprovação – para o novo programa educacional iniciado pela nossa equipe de Chabad em Erets Yisrael.

Aqui meus pensamentos se voltam para o recente e milagroso resgate dos reféns de Uganda. Não se pode deixar de notar os aspectos extraordinários de ambos os términos do seqüestro. Por um lado, a facilidade com que os quatro terroristas seqüestraram o airbus em Atenas, e pelo outro, o extraordinário sucesso da operação de resgate. Em outras palavras, tanto a tragédia inicial como a libertação apontam claramente para a mão de D'us. E embora todo judeu seja grato, e admire a Mesirat Nefesh [auto sacrifício] dos corajosos salvadores, não devemos perder de vista por um só momento a advertência e a lição nisso tudo – não apenas quanto o perigo de sequestro no sentido comum, porém ainda mais importante, no que tange ao "sequestro espiritual" de tantos de nossos jovens por culturas estranhas e bizarras que, infelizmente, capturam muitos dos nossos meninos e meninas inocentes em Erets Yisrael e na Diáspora. Com toda a ansiedade e amor que preencheu cada coração judeu por aqueles infelizes reféns no Aeroporto de Entebe – certamente igual preocupação deve ser mostrada aos reféns espirituais que são raptados diariamente, e não menos Mesirat Nefesh para salvá-los. É também especialmente doloroso contemplar a educação secularizada de consideráveis segmentos da juventude judaica no país que até as nações do mundo reconhecem como Terra Santa, onde seria de se esperar que todas as crianças judias estivessem sendo criadas numa atmosfera de santidade, compatível com a Terra Santa. É por este motivo que nosso pessoal Chabad em Erets Yisrael e em toda parte se incumbiram de operações especiais de resgate na área da educação judaica.

Que o zechut [mérito] de sua participação nessa obra lhe seja benéfico em todos os seus empreendimentos, especialmente para ter verdadeiro nachat [alegria] de todos que lhe são próximos e queridos.

Por fim, mas não menos importante, gostei de notar que você homenageou sua falecida esposa, de abençoada memória, publicando uma de nossas Sagradas Escrituras, o Livro de Ruth, com um comentário, numa maneira que o torna acessível àqueles que precisam de chinuch e inspiração, com Midrashim selecionados de nossos Rabinos, nossos mestres para todas as gerações.

Com bênção,
(assinatura)


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