quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Como alguém desiste do Judaísmo


Esta é uma pergunta que infelizmente continua tirando o sono de judeus em conflito.
Mil motivos são alegados: alguns por que perderam tudo durante a guerra, por que assistiu seus queridos serem dizimados nas câmaras de gás nazistas. Outros por que quiseram esquecer tudo e partir para uma vida "moderna", assimilada, ou para poder casar com quem quiser, sem dor na consciência ou à responsabilidade e apego da continuidade.

Alguns insistem em ser diferentes, quando na verdade ao se misturarem, tornam-se cada vez mais parte do mesmo ingrediente (talvez…)

É isto que busca entender por que alguém desistiria de seu judaísmo; se isto é possível ou não, e até que ponto.

Leia e tire suas próprias conclusões!

Pergunta:
Caro Rabino:

Embora eu tenha sido criado num lar tradicional, com brit e bar mitsvá (é assim que se escreve?) jamais tive qualquer fé ou crença "religiosa". Estou agora com 34 anos, e descrevo-me como ateu. Não tenho vontade de ser enterrado num cemitério judaico (e deixei isso bem claro no meu testamento) e casei-me com uma não-judia numa cerimônia civil.

Minha pergunta é: Posso me considerar oficialmente não-judeu, pela minha opção, ou preciso de algum tipo de dispensa para não ser mais judeu oficialmente? Muito obrigado pela sua ajuda, naquilo que talvez seja uma pergunta um tanto incomum.

Resposta:

Gostaria de ajudá-lo mas sinto que não há nada que eu possa fazer.

Quanto à sua pergunta, você fez todo o possível para negar seu Judaísmo: na prática você não guarda a tradição; na crença você é ateu; na vida familiar você se casou com uma não-judia, e assim não terá filhos judeus; e até na morte você está determinado a não ser enterrado num cemitério judaico.

Alguém poderia pensar que tudo isso é suficiente para a sua "desjudaização".

Mas não! Por algum motivo, você ainda está insatisfeito: você ainda se sente judeu! A tal ponto, que sente precisar de uma dispensa oficial!

E assim, sendo ateu, a quem você procura para solucionar o seu problema? Um médico? Um psiquiatra? O juiz que celebrou seu casamento civil? Não… você procura um rabino!

Isso me lembra um menino que fugiu de casa, mas terminou apenas dando voltas no quarteirão, porque seus pais lhe disseram para nunca atravessar a rua sozinho.

Desculpe, mas não há nada mais que você possa fazer. Você é tão judeu quanto Moshê, Ariel Sharon e o Rabino Chefe do País de Gales!

Na verdade, parece que ser judeu é o fator mais dominante de sua personalidade. Isso está influenciando até o lugar onde você quer ser enterrado! (Por que importaria a um ateu o lugar onde será sepultado?)

Ser judeu não é uma crença, um sentimento, uma convicção ou um estilo de vida. É um estado de ser. Podemos celebrá-lo ou lutar contra isto. Mas é algo que sempre estará ali.

Então, por que não celebrar?
Resposta por rabino Aron Moss

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