quarta-feira, 1 de maio de 2013

Tefilin - Atando se a D'us!



Tefilin
Não são colocados em chol Hamoed (dias intermediários de) Pêssach e Sucot, e durante as festas de Shavuot, Rosh Hashaná, Yom Kipur, Hoshaná Rabá, Shemini Atsêret e Simchat Torá.

Em seu livro, O homem que amava caixas, o mundialmente conhecido autor de best-sellers, Stephen King, conta a história de um homem que adorava caixas e adorava seu filho. Infelizmente, o homem não sabia como dizer ao filho que o amava, portanto fazia objetos com caixas, que partilhava com o filho, assim transmitindo seu amor por ele. Havia quem achasse que o homem era um tanto esquisito, mas o homem não se importava - nem tampouco se importava seu filho - pois essa era a sua maneira especial de demonstrar o amor recíproco entre ambos.

Tefilin são um par de caixinhas pretas, dotadas de imenso Poder Divino, servindo de ponte entre o abismo existente entre o homem finito e D'us Infinito. Uma caixinha é usada sobre o bíceps, direcionada ao coração, com suas tiras atadas em volta do braço e da mão. É comumente usada no braço esquerdo, mas os canhotos a atam em seu braço direito. A outra caixinha é usada na cabeça, cobrindo a linha do cabelo e alinhada com o espaço entre os olhos, ficando suas tiras penduradas e soltas sobre o coração.


Ainda que não estejam em uso, os Tefilin são objetos sagrados, devendo sempre ser tratados como tal. Em seu interior há pergaminhos que contêm quatro passagens da Torá. Uma destas (Êxodo, 13: 1-10) fala de nossa obrigação de recordar o Êxodo, evento que marcou o nascimento do Povo Judeu e que culminou com a Divina Revelação e a outorga da Torá, no Sinai. Uma segunda passagem (Êxodo, 13: 11-16) contida nos pergaminhos nos ordena transmitir o judaísmo a nossos filhos. A terceira é o Shemá Israel (Deuteronômio, 6: 4-9), a proclamação mais sagrada, na qual afirmamos a unicidade de D'us e o vínculo eterno entre Ele e os Filhos de Israel. E, por último, a quarta passagem (Deuteronômio, 11: 13-21) define a responsabilidade de nosso povo perante D'us.


Todos os quatro parágrafos são escritos em um único pergaminho e inseridos na caixinha que constitui o Tefilin da mão. Já o da cabeça consiste de quatro caixinhas bem comprimidas, em seu interior. Dentro de cada uma dessas quatro caixinhas encontra-se uma das quatro passagens, em pergaminhos independentes.


O grau de santidade dos Tefilin apenas é superado pelo de um Sefer Torá. Sendo assim, é necessário cautela extrema em seu manuseio e colocação. Não é permitido colocá-los em um banheiro ou outro local impuro. E, sobretudo, ao usá-los deve-se afastar os pensamentos inadequados e as conversas fúteis. Como está dito no Talmud, ao se paramentar com os Tefilin, o homem não deve desviar sua atenção dos mesmos, pois são objetos mais sagrados ainda do que o Tzitz - a placa de ouro que ficava pousada sobre a testa do Cohen Gadol, o Sumo Sacerdote que servia no Templo Sagrado de Jerusalém.

O uso de Tefilin é tão central na vida judaica que se trata do primeiro mandamento que recai sobre o judeu, ao atingir a idade em que, pela Lei Judaica, é considerado homem, responsável por seus atos e obrigado a seguir as leis da Torá. Quando um judeu se torna Bar Mitzvá, que literalmente significa "filho do mandamento", sua primeira obrigação é usar os Tefilin. Este ato é ainda mais importante do que ser chamado para ler da Torá. A partir do dia do Bar Mitzvá, o que ocorre na data hebraica do décimo-terceiro aniversário de nascimento de um jovem, a colocação dos Tefilin se torna uma obrigação vitalícia que o vinculará espiritualmente a D'us. Pois como nos indicam os Sábios, a raiz da palavra Mitzvá - comumente traduzida como mandamento - significa "vincular".
Efetivamente, o mandamento de Tefilin é tão poderoso que uma única colocação pode fazer mudar o mundo. Como escreveu Maimônides: "A pessoa deve ver a si própria e ao mundo equilibrados ao mesmo nível, em uma balança. Ao realizar um ato de bondade, ela faz pender a balança a seu favor, trazendo para si própria e para o mundo todo a redenção e a salvação". Assim sendo, cada vez que um judeu realiza a Mitzvá dos Tefilin, ele está ajudando a trazer o mundo para o lado da virtude, tornando mais próximo o fim do exílio do Povo Judeu e anunciando uma nova era de paz e prosperidade para toda a humanidade.





Nenhum comentário:

Postar um comentário